LOGI A chama

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010 em
Logi é um "gigante do fogo" que aparece junto ao gigante mágico-feiticeiro Útgarðrloki (Utgardrloki), num conto da Edda de Snorri. Bateu Loki num concurso de voracidade. Representa a chama, cujo apetite cresce à medida que é alimentada. Na Edda Poética, numa das Baladas Divinas, chamada Grímnismál ("A Balada de Grimnir), Logi é a chama que cerca o deus Óðinn (Odin), no reino de Geirröð (Geirrod).

FARBAUTI & LAUFEY Os pais de Loki

Farbauti e Laufey são “gigantes do fogo”, pais de Loki. Não muito se sabe de Farbauti e Laufey, apenas o significado de seus nomes, que são características desses seres, respectivamente, "aquele que batendo faz nascer o fogo" e “ilha arborizada”.

Gigantes do Fogo:

Um “gigante do fogo”, guardião de Muspellheimr, “o país do fogo”. A expressão “expolidor dos ramos” é um Kenningar (circunlóquio da poesia skáldica) para o eterno companheiro de Surt, o fogo. 
No Ragnarök (“o destino dos deuses”) Surt tem importante papel junto as forças do mal contra os deuses, combate e mata o deus Freyr, e por fim destrói toda a terra e céus incendiando-os, e poucos escapam com vida. Além disso Surt sobrevive ao Ragnarök, para combater seus sobreviventes.

BOR & BESTLA Pais dos deuses

Bor e Bestla são os pais dos deuses Óðinn (Odin), Vili e Vé. Bor é filho de Buri, o gigante que nascera do leite da vaca ancestral Auðumla (Audumla), o qual descendia de Ymir, o gigante primordial. Bestla é filha de um gigante do gelo, chamado Bolþor (Bolthor)


BURI
Ancestral dos deuses
O ancestral dos deuses. Buri ser nascido do gelo que a vaca Auðumla (Audumla) lambia. Pai de Bor que casou-se com Bestla e gerou os três primeiros deuses Óðinn (Odin), Vili e Vé. Buri é as vezes visto como um deus ancestral, assim como seu filho Bor.

GILLING
O pai de Suttung

Gilling é pai de Suttung e Gunnlod, e junto com sua esposa (não nomeada), morreu afogado quando foi para oceano com os anões Fjalar e Galar, aqueles que haviam criado o Hidromel da Poesia. Seu filho tornou-se o detentor da bebida, que recebeu como compensação pela morte do pai; e a filha Gunnlod, tornou-se a guardiã da bebida.


GYMIR
O pai de Suttung

Gymir é um temível gigante, pai da bela Gerðr (Gerd), aquela que se tornou esposa do deus Freyr, como é visto na balada édica Skirnismál ("A Balada de Skirnir").







GRID A mãe de Víðar

Grid é a mãe do deus Víðar (Vidar) com Óðinn (Odin). Em uma ocasião narrada na Edda em Prosa, ela advertiu Þórr (Thor) sobre o encontro que teria com o gigante Geirröð (Geirrod). E deu a Þórr um cinto mágico e um par de luvas de ferro, que ele usou contra o gigante. Essas armas de defesa, são usadas por Þórr em outras passagens das Eddas.

BERGELMIR
Ancestral dos gigantes
Bergelmir é pai de todos os gigantes. Ele e sua esposa foram os únicos sobreviventes da inundação do sangue de Ymir, segundo a cosmogonia germânica. Sobreviveram a esse dilúvio graças a terem subido em um barco feito de tronco de árvore aberto. Deste modo eles são os ancestrais de todos os gigantes do gelo.

SUTTUNG O detentor do Hidromel da Poesia

Suttung é o guardião do Hidromel da Poesia, que adiquiriu após a morte de seu pai Gilling e sua mãe (não nomeada), afogados pelos anões Fjalar e Galar, aqueles que haviam criado o precioso líquido. Para se salvarem da ameaça de morte de Suttung, os anões tiveram que entregar o Hidromel da Poesia.  
Posteriormente Suttung escondeu em uma caverna a preciosa bebida, e colocou sua irmã Gunnlod como guardião. Óðinn (Odin), quiz a bebida para os deuses, disfarçou-se então na figura de um gigante, e assim foi até Gunnlod, seduzindo-a e conseguindo a bebida. Suttung foi em sua perseguição, mas o deus fugiu metamorfoseado como águia.

HYMIR O gigante pescador

Na Edda Poética Þórr (Thor) e Týr são enviados dos demais deuses, que passavam dificuldades, até este gigante que os fazem passar por grandes provas, afim de conseguirem o que os deuses necessitavam. Uma dessas provas foi pescar o grande monstro dos mares, a serpente Jörmungandr.

GERÐR (GERD) A esposa de Freyr.

A “giganta do gelo”, filha do gigante Gymir, amada por Freyr, com o qual casou-se. Mas como visto na Edda Poética, no Skirnismál ("A Balada de Skirnir"), o fiel amigo e servo do deus Vanir, teve que ser bastante convincente, fazendo por fim ameaças, para que a bela gigante, de braços resplandecentes, concorda-se com a união. Ela é uma das companheiras dos deuses que se assenta nas assembléias, como mencionado na Edda em Prosa.

GUNNLOD
A guardiã do Hidromel da Poesia
A bela irmã do gigante Suttung, aquele que se tornou o detentor o Hidromel da Poesia, e colocou Gunnlod como guardiã numa caverna onde o Hidromel da Poesia ficava escondido. Seu pai recebeu o precioso líquido após a morte de Gilling e sua esposa (não nomeada), que foram afogados pelos anões Fjalar e Galar, aqueles que haviam criado o Hidromel da Poesia. Mas Gunnlod foi seduzida por Óðinn (Odin), disfarçado de gigante, conseguindo ele a preciosa bebida, como é narrado na primeira parte do Hávamál ("As Máximas de Har"), da Edda Poética.

 

YMIR O ser primordial

Um “gigante do gelo”, o ser primordial segundo a concepção germânica da criação da vida, sendo hermafrodita. Curiosamente, o mito chinês do gigante Pam-ku, ser primordial da cosmogonia chinesa, apresenta características muito semelhantes ao mito de Ymir.  É de Ymir que procedem todos os gigantes, e também os homens, os anões e, em certo sentido, os deuses. Mas esta ascendência, como dos animais, permanece um pouco mais obscura.
Nas Eddas é narrado que Ymir no início dos tempos alimentava-se com o leite nutritivo da vaca Auðumla (Audumla), e como a partir daí ele deu origem a todos os vários seres viventes, assim como seu próprio corpo foi usado pelos deuses para a “construção” de Miðgarðr (Midgard), o mundo dos homens.  
Ymir é também chamado de Aurgelmir, e foi o pai de Þruðgelmir (Thrudgelmir), e avô de Bergelmir. E na Edda em Prosa diz-se que os filhos de Bor (Óðinn (Odin), Vili e Vé) mataram Ymir e, quando ele tombou, tanto sangue jorrou de seus ferimentos que nele todos os gigantes do gelo se afogaram; exceto um, que escapou com sua família (Bergelmir). Ele subiu em um lur ("caixão"; mas neste sentido, embarcação) com sua esposa e desse modo se salvaram. Dele (Bergelmir) descendeu a estirpe dos gigantes do gelo.
A ocorrência de um dilúvio pode ser encontrada em diversas mitologias. Pode-se identificar facilmente esta passagem da mitologia germânica com a história de Noé, da mitologia judaico-cristã, com a de Ut-Napichtin, do épico sumério de Gilgamesh, ou com a de Atrahasis, de um poema babilônico.

Þroll (Troll)

Conhecidos na Escandinávia pelo nome de Þroll (Troll) ou Þurs (Thurs), plural Þursar. São, em geral, seres inferiores, geralmente de pouca inteligência e maléficos, mas extremamente fortes, há exceções como Surt, que possui grande inteligência. Os Þroll são geralmente associados as forças e elementos da natureza, e vivem em mais de um dos Nove Mundos. Os “Gigantes do Fogo” vivem em Muspellheimr, e os “Gigantes do Gelo” vivem em Niflheimr, e também há aqueles que vivem até mesmo em Miðgarðr (Midgard), o mundo dos homens.   
No folclore norueguês temos os Þroll, que algumas vezes são retratados como gnomos ou duendes, em outras palavras, anões. Mas também aparecem como gigantes. A característica comum que possui, em ambos os casos, é sua fraqueza a luz do sol. Se forem expostos a claridade, os Þroll se transformam em pedra. Clicando nos links abaixo saiba mais sobre cada um deles.

Jöttin

Os Jöttin, são os gigantes mais conhecidos da mitologia germânica, e habitam o país chamado Jötunheimr, um dos Nove Mundos, cituado a leste de Ásgarðr (Asgard). Há dois tipos principais de Jöttin, os chamados "Gigantes da Montanha", assim nomeados por Snorri em sua Edda em Prosa. O outro tipo de Jöttin, que são aqueles gigantes ligados ao mar, como Ægir, e as fontes de águas, como Mímir, e também à terra, como Nott, que é mãe de Jörd, a Terra. Então aqui chamamos estes de os "Gigantes da Água e da Terra". 

Gigantes

Os gigantes são seres comuns em várias mitologias, da chinesa à greco-romana, mas particularmente na mitologia germânica eles ganham, assim como os anões, um papel de maior destaque, estando muito mais presentes nos mitos e lendas. Por exemplo, as crenças medievais em gigantes e dragões, com os quais os cavaleiros pelejavam, são provavelmente influências que vieram em maior escala da mitologia germânica.
Particularmente para os escandinavos, há duas principais categorias de gigantes, mais ou menos como acontece com as duas famílias divinas. Estes são os Jöttin e os Þroll  (Throll ), que em geral, possuem o dom de metamorfose, e dele usam nas suas continuas lutas com os deuses. São gigantes metamorfoseados o famoso lobo Fenrir, a serpente Jörmungandr e o dragão Fafnir. A eles são atribuídos os fenômenos meteorológicos mais violentos, assim como a Þórr (Thor). Desse modo, Þórr e os gigantes são inimigos mortais e várias passagens das Eddas nos apresentam seus violentos combates. Porém, o ser primordial, Ymir, é um gigante, e o próprio Óðinn (Odin), seu descendente direto. Isso comprova a evidente relação entre os deuses maiores e os gigantes.
Há outros seres aparentados aos gigantes, como os espíritos das montanhas da Noruega, e dos alpes bávaros (Alemanha), respectivamente chamados de Dovrefjeld e Watzmann. 
Note que esta página foi totalmente reformulada, ganhando uma nova divisão, com a separação em páginas próprias para cada uma das categorias de gigantes. Tanto entre os Jöttin, quanto entre os Þroll, há aqueles gigantes conhecidos por seus poderes mágicos, os feiticeiros (bruxos) e feiticeiras (bruxas). Assim incluimos também uma sessão especial destes gigantes feiticeiros. Clicando nos links abaixo saiba mais sobre cada um deles.

OSTARA & EOSTRE A deusa da primavera

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010 em
Ostara é uma deusa Germânica do sol e fertilidade. Ostara é também associada com a vinda da primavera, e seu festival era realizado no equinócio da primavera, que é 21 de março no hemisfério setentrional. Para os povos Germânicos, a primavera era o tempo da fertilidade e nascimento. Ela foi equiparada com a deusa Eostre, uma deusa Anglo-Saxônica. Porém Eostre é usado mais comumente apenas como um outro nome de Ostara.
Eostre é a deusa da primavera. St Bede, o Venerável escreveu que o Christian Easter ("Páscoa") derivou seu nome de Eostre, que é celebrado no mesmo dia do festival de Ostara, mas a data foi mais tarde mudada. Easter Sunday ("Domingo de Páscoa "), variando entre 22 de março e 25 de abril, dependendo o primeiro domingo de lua cheia, após o equinócio de primavera. 
A tradição da moderna Páscoa, tem os ovos de Páscoa, também vindos de costumes pagãos. O coelho era um animal sagrado para Eostre, o símbolo da fertilidade. O ovo também simbolizava fertilidade e nascimento da primavera. A simbologia do ovo e do coelho também indicavam purificação.

ING O deus dos Anglo-Saxões

Ing é um deus ancestral das tribos Germânicas - os Anglos e os Saxões. Ing é possivelmente um deus Æsir, ou mesmo um deus Vanir.

GERMANGABIS A deusa dos Suebi

Germangabis foi a deusa protetora da tribo dos Suebi que viveram nas margens do Rio Elbe, Alemanha. Germangabis é uma deusa da prosperidade e possivelmente foi associada com a deusa Nórdica, Gefjon.

Virtudes:part 3 *Odin


  Cabe-nos mencionar, finalmente, o aposto de “pai da magia”, constante do Baldrs Draumar, confirmado no seu próprio depoimento do Hávamál (parte IV), em que nos descreve seu próprio sacrifício: feriu-se com a lança e suspendeu-se numa árvore, onde permaneceu nove dias agitado pelos ventos; está árvore é Yggdrasill, o freixo do mundo. Tudo isso visando à iniciação na sabedoria das runas, tendo até criado algumas delas, tornando-se senhor do “hidromel dos poetas”, licor mágico que profere vaticínios.  
Quanto ao elevado saber de Óðinn, relata-se que nem sempre foi assim, sábio e mágico poderoso; ávido por conhecer todas as coisas, quis beber da fonte da Sabedoria, onde o freixo Yggdrasill mergulha uma das raízes; mas Mímir, seu tio, o guardião da fonte, sábio e prudente, só lhe concedeu  o favor com a condição de que Óðinn lhe desse um de seus olhos. Ele então encontrou na água da fonte milagrosa tanta sabedoria e poderes secretos que pôde, logo que Mímir foi morto da guerra ente os Æsir e os Vanir, lhe conferir a faculdade de renascer pela sabedoria: sua cabeça, embalsamada graças aos cuidados dos deuses, é capaz de responder a todas as perguntas que lhe dirigem. Após adquirir tantos conhecimentos, procurava depois revelar em duelos de palavras, em que aposta a vida e sai sempre ganhado. Além do mais, por várias vezes se dirige a profetisas e visionárias, pedindo informações estranhas, dando-lhes em paga ricos presentes. 
  
Cultuação:
    
       Desse modo, vemos que Óðinn, na concepção do poeta édico, é criador da humanidade, detentor supremo do conhecimento, das fórmulas mágicas e das runas, invocado por ocasião das batalhas, durante os naufrágios e as doenças, na defesa contra o inimigo, e afinal em qualquer situação desesperadora. Altares se elevavam em sua honra, e sacrifícios lhe eram oferecidos, inclusive de humanos e, até mesmo, de crianças.

Símbolos:
  
Nas baladas da Edda, o deus supremo está em ligação com símbolos, emblemas e certos elementos adequados às diversas circunstâncias em que aparece. Assim, no Valhöll (Valhalla), tem o seu grande palácio onde recebe e aloja os guerreiros mais valorosos, e em outro dos seus três palácios em Ásgarðr (Asgard), o Valaskjalf, senta-se no trono Hliðskjalf (Hlidskialf), de onde é possível enxergar o mundo inteiro e acompanhar todos os acontecimentos da vida. A seus pés, deitam-se os dois lobos Geri e Freki, símbolos da gulodice, que o acompanham em suas caçadas e lutas, alimentando-se dos cadáveres dos guerreiros. Nos seus ombros estão os dois corvos Munin e Hugin, a sussurrar-lhe o que viram e ouviram por todos os cantos. Quando se encaminha a uma batalha, o que é freqüente, usa armadura e elmo de ouro, trazendo nas mãos o escudo e a lança Gungnir, que tem runas gravadas no cabo, montando seu famoso corcel branco, de oito patas, chamado Sleipnir, que tem a faculdade de cavalgar no espaço, por cima das terras e águas.  

Disfarces:
 
Em muitas passagens, descrevem-se as andanças de Óðinn, em que se apresenta sob o disfarce de um viandante, envolvido numa enorme capa azul ou cinza, com um chapéu de abas largas, quebradas em cima do olho perdido, como nas baladas édicas Vafþrúðnismál e no Grímnismál, e com os nomes significativos de Gagnrad (“o que determina a vitória”), Grimnir (“o disfarçado”),  além do Hávalmál (parte III)  e nos Baldrs Draumar, respectivamente com os nomes Bolverg (“o malfeitor”), Hár (“o elevado”, “o eminente”, “o sublime”) e Vegtam (“o acostumado aos caminhos”).

Personalidade: part 2 * Odin

Em linguagem corrente nos países escandinavos e no norte da Alemanha, conforme observa-se entre pessoas cultas, são usadas as expressões “zu Odin fahren” ou “hei Odin zu Gast sein”, e “far þu til Odin” ou “Odins eigo þik”, citadas também por Jacob Grimm, para imprecações equivalentes a “vá para o diabo”, ou “o diabo que o carregue”. É uma tendência malévola que se explica, não só pela ação do cristianismo, mas ainda pelas atitudes violentas e sombrias que o deus tomava, infligindo castigos inflexíveis, como o sono imposto à valkyrja (valquíria), e atravessando os ares com seu exército de maus espíritos, nas noites de tempestades. 
As baladas édicas nos apresentam Óðinn com inúmeras falhas de caráter, tendo ou procurando ter aventuras amorosas, que ele próprio narra no Hávalmál (parte II) e na balada Hárbarzljóð, além das relações simultâneas com Jörd, a Mãe-Terra, que lhe deu o filho Þórr, com Rind, que lhe deu o filho Váli, e uma giganta, que lhe deu o filho Víðar (Vidar), sem contar sua esposa, a deusa Frigg, mãe de Baldr, Hödr, Bragr e Hermóðr (Hermod). Outras ações menos dignas são o roubo da razão ao gigante Hlebard, descrito também na balada Hárbarzljóð, e a sedução de Gunnlod no Hávalmál (parte III) afim de conseguir furtar a bebida encantada, que desperta o dom da poesia. O fato de a Edda Poética não ter sido escrita numa época exclusivamente pagã, explica, suficientemente, os defeitos do deus supremo, embora estes se verifiquem com deuses superiores de  outras mitologias.

ÓÐINN (ODIN) O rei dos deuses germânicos part 1

Figura central do panteão germânico, o rei dos deuses; os germânicos, povo dado a luta e guerras, viam nele o protótipo da bravura, da altivez e do valor; os escandinavos dos últimos séculos pagãos, os Vikings aventureiros, terror do ocidente cristão foram os derradeiros a combater invocando o nome de Óðinn. Ao lado do deus Loki, é a personagem de mais complexa personalidade dentro do panteão germânico, o que fez com que, embora seu nome fosse exaltado por muitos poetas, permanecesse obscuro para o camponês simples, mais identificados com Þórr (Thor) e Freyr devido a suas características de deuses agrários.

Origens do nome:

Os nomes do deus são encontrados no antigo nórdico (Old Norse) Óðinn (Saxo Grammaticus, latinizando escreve Othinus), no germano Wotan e no primitivo germânico sob a forma de Wodanaz, no gótico, Vôdans, no dialeto das ilhas Feroé (nas costas da Noruega), Ouvin, no antigo saxão, Wuodan, no alto alemão, Wuotan, enquanto que entre os lombardos e na região da Vestefália aparece Guodan ou Gudan, e na Frísia, Wêda. Nos dialetos dos alamanos e borgundos temos a expressão Vut, usada até hoje no sentido de ídolo. Essas denominações estão ligadas pela raiz, no Old Norse, às palavras vada e od, e, no antigo alto alemão, à Watan e Wuot, que significavam a princípio “razão”, “memória” ou “sabedoria”. Mais tarde tornaram-se equivalentes a “tempestuoso” ou “violento”, sentido que os cristãos faziam empenho de acentuar, procurando depreciar a figura do deus pagão (o Old Norse odr tem também o sentido de “violento”). 

Dia da semana de dedicação:
  
O nome “quarta-feira”, dia que era dedicado ao deus, tomou as denominações, no inglês, wednesday (antigo saxão, wôdanes dag, anglo-saxão, vôdnes dag), no holandês, woensdag (média-neerlandês, woensdach), no sueco e dinamarquês, onsdag (Old Norse, odinsdagr), e no dialeto da Vestefália, godenstag ou gunstag
  
Citações na Edda Poética:

Na Edda Poética, o maior ciclo é naturalmente o do deus supremo, compreendendo as seguintes baladas: Baldrs Draumar (“Os Sonhos de Baldr”), Hárbarzljóð (“A Balada de Harbard”), Vafþrúðnismál (“A Balada de Vafthrudnir”), Grímnismál (“A Balada de Grimnir”) e Hávamál (“As Máximas de Hár”).
Óðinn se apresenta sob diversos nomes nas baladas édicas, de acordo com as exigências da situação. Sabemos, pela Völúspa (“A Profecia da Vidente”) e Hyndluljóð (“A Balada de Hyndla”), que ele era filho de Bur. As elevadas designações de “velho criador” e “pai dos homens”, que o poeta anônimo lhe deu em Baldrs Draumar e no Vafþrúðnismál, bem como a informação de que “Óðinn dera o fôlego” (Völuspá) a um casal inanimado, não deixa dúvidas sobre uma interferência na criação da humanidade. No Grímnismál há o cognome de “príncipe dos homens”, na Lokassena (“A Altercação de Loki”) de “pai das batalhas”, na Völuspá, de “pai dos exércitos”, e no Grípisspá (“A Profecia de Gripir”), de “pai da escolha” ou “pai dos mortos em batalha”.  

Dia da semana de dedicação:

A terça-feira, que lhe era dedicada, tinha no antigo nórdico (Old Norse) a denominação de ty(r)sdagr, no anglo-saxão, tïwesdæg (inglês, tuesday), e no antigo alto alemão, zïostag (médio alto alemão, zïestac, de que proveio a forma dialetal zinstag, hoje encontrada no sul da Alemanha). O atual dienstag (médio baixo alemão, dingesdach e em Lutero, dinstag) teve sua origem nas palavras tius thingsaz, do germano primitivo, que deram thingsus, alcunha que o deus tinha no baixo Reno, significando etimologicamente “protetor da assembléia do povo” (dingsus).
Fora da Escandinávia:
Na mitologia dos germanos do oeste, a veneração de Zio como deus supremo é expressamente comprovada na tribo dos sêmnones; entre os saxônios e os godos, Zio transformou-se em deus da guerra e os sacrifícios que lhe eram oferecidos (Tacitus, Germania XL) relembram ter sido ele, em épocas remotas, o senhor da vida e da morte. Outro nome para o deus entre os germanos do oeste é Irmim (palavra que significa “conde”, mais tarde Er); mas Irmim designava, de modo especial, o nome Tivaz, o mesmo Istvaz dos antigos istevones (povo que habitava as margens do Reno), ou o mesmo Ingvaz venerado pelo ingévones (povo germânico das margens do Mar Báltico), que foi identificado com Freyr da mitologia dos escandinavos.
 

TÝR O general do panteão germânico

O general do panteão germânico é o deus do combate, também deus do céu e da luz, ao passo que Þórr (Thor) é mais o guerreiro e Óðinn (Odin), o estadista. Nos contos édicos Týr é filho do gigante do mar do inverno, Hymir, vivendo em companhia dos deuses e participando ativamente da vida de Ásgarðr (Asgard). Týr teve a mão decepada pelo monstro-lobo Fenrir como é narrado na balada Völuspá (“A Profecia da Vidente”). O sentido dessa mutilação deu origem a muitas especulações em torno do papel que deveria representar no panteão germânico; a heróica mutilação do deus foi encarada como um gesto de lealdade; o respeito ao contrato e às regras do jogo (tão caro aos povos germânicos), fez dele, portanto, uma divindade ímpar; tornou-se o deus jurista, o deus que presidia os julgamentos e aos juramentos, o guardião da palavra empenhada.

Origens do nome:
A duas formas para o nome do deus na mitologia dos Escandinavos, Týr e Tivaz, na mitologia dos germânicos (habitantes da atual Alemanha), o nome Zïu é o que os germanos, davam ao deus Týr, e às vezes aparece a forma Zio, que tanto pode designar Týr como Tivaz. O deus chamado Týr pelos escandinavos, mais especificamente, se chama Tïwar ou Tiuz entre os germanos do norte, Zïu no sul e Tïw entre os anglo-saxãos; sem dúvida essa divindade pertencia à mitologia dos primeiros povos germânicos e estava em íntima correlação com o Diaus Pitar dos arianos; os romanos identificaram-no ora a Marte ora a Júpiter; mas as narrações que dele tratam apresentam uma divindade que tem muito pouco de Júpiter ou de Marte, pois é apenas “um Æsir que se chama Týr, intrépido e muito corajoso e que tem grande poder sobre a vitória nas batalhas; por isso é bom que os homens valentes o invoquem”.

NERTHUS A deusa da fecundidade

Uma das grandes deusas que os ancestrais dos alemães adoraram com muita veneração. Tacitus, o historiador romano, escreveu na sua Germânia no Capítulo XL, as seguintes palavras que fala desta divindade benéfica: 
 
“Esses povos, tomados separadamente, não oferecem nada de notável, exceto o uso, comum a todos, de adorar a deusa Nerthus, isto é, a Terra Mãe; crêem que ela intervém nos negócios dos homens e que seu carro a conduz através dos povos. Numa ilha no Oceano há um bosque consagrado, e , neste bosque, um carro dedicado a deusa e coberto com uma veste; somente o sacerdote tem o direito de nele tocar. Este conhece o momento no qual a deusa está presente no santuário. Ela é conduzida por novilhas e ele a segue com profunda veneração.” 
 
Durante as festas da deusa, não se podia declarar guerra ou lutar, pois Nerthus, sendo deusa da fecundidade e da riqueza, exigia paz e tranqüilidade. Depois o carro e a divindade eram banhados num lago, e Tacitus ajunta: 
 
“Escravos fazem este serviço e logo o lago os engole. Daí o misterioso terror e a santa ignorância sobre um ser que só pode ser visto por aqueles que vão morrer.”  

Este culto da terra nutris era própria dos germanos do oeste; na Escandinávia era o deus Njörðr (Niord), o “Senhor do Mar”, que tinha tal papel; Nerthus e Njörðr são duas formas de uma mesma função, a deificação do elemento nutris, Nerthus é deusa, Njörðr é deus; é provável que ambos derivem de uma única divindade hermafrodita Indo-Européia; personificaria, assim, de maneira concreta, a fecundidade.

HOLDE A deusa da morte

Uma deusa conhecida também por Holle e Berchta; deusa exclusiva dos germânicos do oeste e centro da Europa e, correspondente a Hel da mitologia dos escandinavos. Propriamente falando é a deusa da Morte. Galopa com os bandos dos espíritos através dos ares (neste caso lembra a cavalgada de Óðinn (Odin); a neve é um dos seus dons; visita as casas para recompensar ou punir

Símbolo:

O martelo de Þórr, Mjöllnir, feito pelo anão Sindri, tem o cabo um pouco curto; não obstante esse defeito, a arma dos deus possui o poder maravilhoso de retornar sozinha, como um bumerangue as mãos daquele que o lança. O caráter, porém, essencial do martelo de Þórr é o trovão, o raio, o relâmpago; quando o trovão ribomba, é o carro de Þórr, puxado por bodes, que avança sobre a abóbada dos céus quando o raio atinge a terra, é a arma brilhante do deus que do alto foi arremessada. Vimos na Þrymskviða que o instrumento fora roubado pelo gigante Þrym (Thrym) e enterrado a oito milhas (cerca de 13 Km) dentro da terra. A propósito do episódio, há entre os camponeses alemães a seguinte crença popular: não o martelo, mas uma pedra afilada acompanha os raios da tempestade, penetrando sete milhas (cerca de 11 km) no solo. Depois volta lentamente uma milha por ano, até a superfície, e a propriedade, onde aparece, fica protegida contra os raios.
Os deuses dão grande importância ao martelo de Þórr, que ao lado das atribuições violentas, servia ainda de instrumento de sagração dos casamentos e nos atos judiciais; daí talvez a origem do martelo usado pelos juizes para por ordem nos tribunais hoje em dia. Seu martelo é um signo que também ocorre algumas vezes nas pedras onde há inscrições rúnicas (runestones) feitas por karls / bóndis, os fazendeiros e  agricultores, que indicavam no caso títulos de propriedade. Desempenhava também importante papel no casamento, pois não só afastava do casal as forças maléficas, mas atribuía a mulher a fecundidade; daí considerarem Þórr o deus da fecundidade também.
Também possui um cinturão mágico e suas luvas de ferro, ambos foram presentes dados pela giganta Gríðr (Grid) mãe de ðar (Vidar), o silencioso. O primeiro é um cinturão de força, que duplica o poder divino de Þórr ao ser afivelado. E suas luvas de ferro são responsáveis por manter o punho de seu martelo sempre preso a sua mão. Com essas armas vemo-lo em diversas passagens da Edda em Prosa enfrentado seus eternos inimigos, os gigantes.
Cultuação:
Þórr era conhecido como a divindade do trovão e das tempestades e tido como o responsável pela fertilidade da terra e pela prosperidade das colheitas. Invocado nas mágicas rúnicas como força vingadora. Þórr era o deus mais venerado pelos nórdicos, os habitantes da escandinávia, ao lado de Óðinn; os Vikings se chamavam “o povo de Þórr”. Entre as tribos não escandinavas, Þórr, era conhecido como Donar, e tinha uma importância menor, sendo mesmo inexistente entre algumas dessas tribos. 
Þórr foi identificado com Júpiter e até mesmo Hércules, devido sua força física; o historiador romano Tacitus relata, em sua Germânia (III), que os antigos germanos entoavam canções a um guerreiro-deus comparável ao Hércules latino. Alguns mitólogos levantam a hipótese de que esse seria o início de um culto primitivo a Þórr.


ÞÓRR (THOR) Deus do Trovão


Filho de Óðinn (Odin) e Jörd, a Mãe-Terra, é o deus do trovão, o mais carismático dos deuses do panteão germânico. Casado com a deusa Sif, do trigo. Sua arma, o martelo de pedra Mjöllnir. Cavalga uma carruagem puxada por dois bodes. De sua união com a bela deusa Sif, nasceu sua filha Þrúðr (Thrud), enquanto que a giganta Jarnsaxa, sua amante, lhe deu dois filhos, Magni e Modi, que seriam herdeiros do prodigioso martelo Mjöllnir. E os gigantes são seus eternos inimigos, com os quais está sempre lutando.

Origens do nome:

A origem da palavra está na raiz indo-germânica(s) ten, que se prende ao verbo stanjan (em alemão moderno stoehner – gemer). No antigo indú, segundo Fr. Kluge e A. Goetze (Dicionário Etimológico da Língua Alemã, Berlim, 1853) a raiz deu stanáyati (rugir), que passou a táryati (trovejar), com a queda do “s”. No latim temos, naturalmente, toñare, e no persa tundar (trovão). No antigo nórdico (Old Norse), aparece Þórr, no antigo alto alemão, thonar, antigo saxão, thunar, antigo frisão, thunor, médio alto alemão, doner, toner, donre, dunre (verbo dunen), médio baixo alemão dunner e doner (verbo dæren), médio neerlandês, donre, anglo-saxão, Þunor (verbo Þunian), novo alto alemão, donner (verbo donnern), novo neerlandês, donder, e inglês, thunder.

Dia da semana de dedicação:

O dia da semana dedicado a Þórr era a Quinta-feira. Daí as formas do germano primitivo, Þonares dag, e Old Norse, Þorsdagr, que deu no sueco e no dinamarquês Torsdag. Ao novo alto alemão Donnerstag (dunrdach, baixo alemão, dor(n)sdch, médio alemão, donstig, alto alemão) corresponde o médio alto alemão, donerstac (médio baixo alemão, doner(s)-dach; antigo alto alemão Donaros tag). O inglês Thursday proveio do anglo-saxão Þunres dæg (Old Norse oriental Þur(e)sdaeg).
Citações na Edda Poética: 

O ciclo de Þórr referente à Edda Poética compreende as baladas Hýmiskviða (“A Balada de Hymir”), Hárbarzljóð (“A Balada de Harbard”) e Alvíssmál (“A Balada de Alvís”).
Não há dúvida que a mitologia considera o deus da tempestade como filho de Óðinn, pois, nas baladas Þrymskviða (“A Balada de Þrym”) e Hýmiskviða, é designado por “filho de Óðinn”, “filho de Ygg” e “rebento de Óðinn”. Por outro lado Loki diz que sua mãe é Jörd, a Terra. Na Völuspá (“A Profecia da Vidente”) aparece na qualidade de “o mais forte dos deuses” e “o enérgico príncipe dos deuses”. Sua incumbência de proteger o mundo e os homens é igualmente testemunha na Völuspá, quando se fala no extraordinário feito de matar Jörmungandr, a serpente circundadora da Terra, que quer devorar a humanidade. Daí a designação de “o matador da serpente”.
Na balada Hárbarzljóð, ele conta que abateu muitas gigantas ”mais semelhantes a lobas”. Aliás, nutre ódio tremendo à raça dos gigantes, contra a qual está sempre em luta, sobretudo no Oriente, pelo que se chama na Hýmiskviða, “adversário e domador dos gigantes”. É o exterminador de gigantes. Descrevem-no como um guerreiro grande e muito forte, belo, sempre armado do martelo, o seu emblema; uma grande barba ruiva pende-lhe sobre o peito; as vezes chamam-no “aquele que tem a barba ruiva”; sua voz é estrondosa e penetrante; dos olhos escapam-se-lhe chispas. Reside num palácio particular, o Bilskirnir, e tem um fâmulo que o serve, Þjálfi (Thialfi). Com base em outras fontes, os manuais de mitologia lhe conferem ainda a atribuição de favorecer as plantações e colheitas, o que se liga ao fato de ser filho da “Mãe-Terra”. Na Edda Poética não há referência a essa atribuição.  
O poeta anônimo relata a rusticidade do deus em várias passagens: na balada Þrymskviða, disfarçado de noiva, come um boi e oito salmões e bebe três tonéis de hidromel; e, na balada Hýmiskviða, devora nada menos que oito bois inteiros. Na Lokassena (“A Altercação de Loki”) e na Hárbarzljóð menciona-se um momento de fraqueza do deus tonante, pois se conta que, tremendo de medo, se teria escondido na luva de um gigante. Apesar de Þórr desempenhar papel de destaque nas baladas édicas, entre os povos germanos do oeste é figura secundária. Na balada Alvíssmál, o deus das tempestades se revela astucioso e até mesmo traidor, ao manter o diálogo com o anão Alvís durante toda a noite, esperando que os primeiros raios do sol lhe venham petrificar.
   
Personalidade:

Quanto à característica de sua personalidade é descrito, atravessando ruidosamente os ares num carro puxado por dois bodes (ou cabras), Tanngnjóst e Tanngrisnir. Por isso chamado de Ökuþórr ("Þórr da carruagem"). Também é chamado de “senhor dos bodes” na balada Hýmiskviða, onde se alude a um osso do animal que Loki induziu alguém a roubar, aparecendo depois, em conseqüência, um bode manco. Esse pormenor se relaciona com a tradição mitológica, segundo a qual o deus matara o ruminante, comia a carne e guardava os ossos, para deles obter novos bodes. Pelo mesmo motivo, Þórr é muitas vezes identificado com o diabo, que é representado com chifres e em lugar de um dos pés, uma pata de cabra. São correntes as locações interjetivas na Alemanha atualmente: “Donnerweter!” e “Kreuz Donner-weter!” com o significado de “com todos os diabos”.

Deuses não nórdicos

Durante o período da expansão de Roma na Europa, os romanos encontraram muitas tribos germânicas no outro lado dos rios Reno e Danúbio. Os povos germânicos eram uma constante ameaça para o Império desde a primeira aparição dos Cimbri e Teutões no fim do segundo século a.C. Julius Cæsar enfrentrou eles em sua campanha na Gália, no meio do primeiro século a.C. E em seu livro, chamado Guerras Gálicas, Cæsar foi bastante hábil em distinguir os germanos dos celtas. 
      Mas foi o famoso historiador romano Tacitus, autor da Germania, que nos forneceu alguns detalhes da sociedade, cultura e religião germânica. Porém ele teve pouco contato com as tribos escandinavas, exceto aquelas da penínsola da Jutlândia (Dinamarca), abrangendo mais as tribos germânicas dos atuais territórios da Alemanha, Holanda e Áustria. Além dele outros escritores posteriores também nos forneceram outros detalhes, incluíndo Strabo, Jordanes, e Procopius.
      Note que aqui temos essas divindades que são muitas vezes as mesmas dos nórdicos, como Óðinn (Odin) e Þórr (Thor), mas que são conheciodos por outros nomes, respectivamente Wotan e Donar, na maior parte dessas tribos. Há outras divindades exclusivas de uma tribo em particular, assim como não há entre estes algumas divindades dos escandinavos, sendo o maior exemplo Loki. Clicando nos links abaixo saiba um pouco mais sobre cada um desses deuses e deusas.

NJÖRÐR (NIORD) O senhor do mar

O “Senhor do Mar” fonte de vida e capaz de enriquecer navegadores e pescadores; é governante dos ventos; e, para conseguinte, deus da fecundidade, da riqueza e da paz. 
Njörðr (Niord) é o mais velho dos Vanir; de fato, em sua irmã (não nomeada) ele gerou Freyr e Freyja. Foi junto com seus filhos viver em Ásgarðr (Asgard), no lugar chamado Nóatún, junto ao mar, depois da guerra entre os Æsir e os Vanir. Nos mitos ele é casado com Skaði (Skadi), uma giganta que gosta de viver nas montanhas, enquanto Njörðr prefere as praias e o mar.  
O nome Njörðr é cognato de Nerthus, a quem Tacitus nomeia como a deusa (não o deus) da fertilidade do Noroeste Germânico. Uma confusão de sexos como esta não é rara na história da religião. Há sem dúvida uma relação entre Njörðr e Nerthus, e vale notar, de passagem, que os topônimos suecos que terminam em –njard são femininos. Os arqueólogos são inclinados a pensar que essa deusa da Idade Romana, essa deusa-terra promotora da fertilidade, existia já em tempos bastante primitivos na Escandinávia, provavelmente antes da Idade do Bronze.

KVASIR A vítima do hidromel da poesia

       Kvasir na guerra entre os deuses superiores, foi um dos reféns Vanir que foi habitar em Ásgarðr (Asgard). De acordo com o Hávamál (“As Máximas de Hár”), ele foi morto por dois irmãos, os anões Fjalar e Galar, que com seu sangue misturado em mel, em um pote mágico chamado Odrerir, fizeram o hidromel dos poetas

GULLVEIG A feiticeira dos Vanir

       A primeira das feiticeira dos Vanir; deuses especialmente relacionados com a fertilidade e as artes mágicas. Na balada Völuspá ("A Profecia da Vidente") da Edda Poética vemos como ela foi por três vezes levada a fogueira e nas três vezes tornou a vida, iniciando assim a guerra entre os Æsir e os Vanir, tendo no fim ambos perdidos e ambos fazem as pazes, sendo que três dos principais deuses Vanir são recebidos em Ásgarðr (Asgard), enquanto três Æsir são enviados a Vanaheimr, o país dos Vanir.

Álflheimr ( (ljósálfar) Um deus da paz e da prosperidade e, patrono da fertilidade

Um deus da paz e da prosperidade e, patrono da fertilidade, o soberano do país chamado Álflheimr, reino dos elfos da luz (ljósálfar), que são os responsáveis pelo crescimento da vegetação. O Skirnismál (“A Balada de Skirnir”) nos informa que Freyr é filho de Njörðr (Niord), o deus da fertilidade, irmão portanto de Freyja. É portanto um deus dos Vanir. Seu cavalo ignora obstáculos, e a espada que brande move-se sozinha nos ares desferindo golpes mortais, mesmo se for perdida em algum combate. É senhor de um javali de ouro chamado Gulinbursti, criação dos anões Brokk e Sindri, que conduz um carro como se fosse puxado por cavalos, e seu brilho reluz na noite. Tem também um navio, Skiðblaðnir (Skidbladnir), que é tão grande que nele cabem todos os deuses, mas pode ser dobrado e guardado na algibeira. É uma das mais antigas divindades germânicas junto com Freyja e Njörðr, e seu nome significa “senhor”. 

Citações na Edda Poética:

Na Edda Poética é mencionado na balada Skirnismál que ao sentar-se no trono de Óðinn (Odin), Freyr vê na terra dos gigantes a bela Gerðr (Gerd) dos braços brancos, e imediatamente fica apaixonado, tendo seu amigo e fiel criado Skirnir, se empenhado na tarefa de fazer com que a moça aceite o deus como esposo. Na Völuspá, temos que ele é um dos deuses Vanir a ir como refém para Ásgarðr (Asgard), após a guerra entre as duas principais famílias divinas, e no Ragnarök Freyr enfrenta o líder dos gigantes de fogo, Surt, caindo morto por este. Talvez não haja mais citações em outras partes da Edda Poética, por este deus, sendo da família dos Vanir, estar na Era Viking sendo suplantado pelos deuses Æsir. Mas mesmo assim é considerado, muitas vezes, como um dos três principais deuses do panteão germânico, ao lado de Óðinn e Loki.
Cultuação :

Parece que ele inspirou particularmente devoção na Suécia, como evidenciado por estátuas eróticas e amuletos, e pela tradição de procissões de carruagem no estilo de Nerthus, a deusa descrita por Tacitus em sua Germânia, de grande devoção desde a Idade do Bronze no Oeste Germânico. Na Islândia, Freyr era ocasionalmente chamado de Síagoð ("o deus sueco"). Ele era aparentemente popular também na própria Islândia, em Trondelag, e na Dinamarca. O culto de Freyr deve ter  alcançado a Noruega e a Islândia indo a Jutlândia (Dinamarca), em cujo lago central, o lago Stor (Störsjön), ficam as ilhas de Norderön e Frösön (ilha de Njörðr e ilha de Freyr respectivamente).

Freyja

Uma deusa que veio do país dos Vanir, irmã de Freyr, em tudo o seu complemento feminino. O nome dele significa “senhor” e o dela “senhora”. Uma deusa do amor e da fertilidade, ela tem nas Eddas a reputação de conceder seus favores com muita facilidade; por exemplo, ela é acusada por Loki de ser amante condescendente dos deuses e dos elfos, e é dito que ela comprou o seu magnífico colar, o Brisingamen, de quatro anões a um preço vergonhoso. Ela também possui uma carruagem, mas que é conduzida por gatos (lembra a carruagem conduzida por leões de Cibele do mito greco-romano), como a deusa Nerthus. As mulheres estéreis invocavam sua benção, e ela também é a deusa da morte, não somente de todas as mulheres, mas da metade dos guerreiros mortos em batalha, que recolhe para o seu palácio, Fólkvangr, em Ásgarðr (Asgard). Compartilhou com Óðinn (Odin) a morte em batalha, recebendo o primeiro golpe.
Na Edda Poética tem papel de pouco destaque, aparecendo na Lokassena ("A Altercação de Loki") quando censura o deus matreiro por ofender a dignidade de Frigg, e Iðun (Idun). Também vemo-la na Hyndluljóð ("A Balada de Hyndla”), pedindo a giganta para revelar-lhe a ausência de seu amante Ottar, que tem a forma de um javali, no qual ela é vista cavalgando-o.

Vanir

  Entre os deuses que encontramos no panteão germânico, há três principais que não pertencem aos Æsir, mas a uma raça diferente e aparentemente mais antiga, chamada Vanir – representantes de uma religião que no período Viking estavam perdendo terreno para os deuses Æsir. Esses três são Njörðr (Niord), Freyr e Freyja. Na Edda de Snorri, as duas raças de deuses entraram em acordo depois de uma batalha e deram-se mutuamente reféns. Os três reféns Vanir que foram viver em Ásgarðr (Asgard) foram aqueles acima mencionados, a terra dos Vanir chama-se Vanaheimr, e todos eles eram deidades de crescimento, concepção, fertilidade e vida sexual. Em outras palavras, antigos deuses da fertilidade, que os Æsir não conseguiram substituir. 
         Essas três deidades Vanir são sem dúvida deuses bastante antigos; mais velhos do que Óðinn (Odin) e Þórr (Thor), e mais velhos mesmos do que Týr. A questão que surge é: quais deuses eles desalojaram quando, possivelmente durante os poucos séculos antes de Cristo, eles vieram para os povos germânicos? Eles sem dúvida possuíam seus deuses da natureza, como notou César, e pode-se supor que eles cultuassem seus antigos deuses da Idade do Bronze. Sabemos, por descobertas arqueológicas da idade do Bronze e por pedras pintadas, que eles adoravam um deus de mãos grandes e dedos ásperos, ocasionalmente armado com um machado, que parece ter sido o deus do trovão; que eles também adoravam uma deusa nua adornada com um colar, e uma deusa sentada em uma carruagem. A última é evidenciada nas descobertas do início da Idade do Ferro – por exemplo, a carruagem contendo os pertences de mulheres, encontrada em Dejbjerg, no oeste da Jutlândia (Dinamarca). Essa deusa que dirige uma carruagem é provavelmente a mesma Nerthus que, se a suposição estiver correta, deve ter derivado da Idade do Bronze. É razoável supor, em todo o caso, que a deusa nua era uma precursora de Freyja. Isso não pode ser aceito como certo, mas encoraja a conclusão de que os Vanir, em parte anulados durante os tempos Vikings pelos rivais Æsir, originaram-se antes da Idade do Bronze, pelo menos 500 anos a.C.