Personalidade: part 2 * Odin

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010 em
Em linguagem corrente nos países escandinavos e no norte da Alemanha, conforme observa-se entre pessoas cultas, são usadas as expressões “zu Odin fahren” ou “hei Odin zu Gast sein”, e “far þu til Odin” ou “Odins eigo þik”, citadas também por Jacob Grimm, para imprecações equivalentes a “vá para o diabo”, ou “o diabo que o carregue”. É uma tendência malévola que se explica, não só pela ação do cristianismo, mas ainda pelas atitudes violentas e sombrias que o deus tomava, infligindo castigos inflexíveis, como o sono imposto à valkyrja (valquíria), e atravessando os ares com seu exército de maus espíritos, nas noites de tempestades. 
As baladas édicas nos apresentam Óðinn com inúmeras falhas de caráter, tendo ou procurando ter aventuras amorosas, que ele próprio narra no Hávalmál (parte II) e na balada Hárbarzljóð, além das relações simultâneas com Jörd, a Mãe-Terra, que lhe deu o filho Þórr, com Rind, que lhe deu o filho Váli, e uma giganta, que lhe deu o filho Víðar (Vidar), sem contar sua esposa, a deusa Frigg, mãe de Baldr, Hödr, Bragr e Hermóðr (Hermod). Outras ações menos dignas são o roubo da razão ao gigante Hlebard, descrito também na balada Hárbarzljóð, e a sedução de Gunnlod no Hávalmál (parte III) afim de conseguir furtar a bebida encantada, que desperta o dom da poesia. O fato de a Edda Poética não ter sido escrita numa época exclusivamente pagã, explica, suficientemente, os defeitos do deus supremo, embora estes se verifiquem com deuses superiores de  outras mitologias.

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